quinta-feira, 14 de junho de 2007

Poesias


Precipício

O sangue jorra incessante pelos olhos,
Um brilho vago de canções eletrocutadas faz da noite um contraponto à gritaria surda dos raios de luar.
Morbidez nos lábios sem cor,
Vermes nas narinas em fogo.
Cadavérico e flácido,
Não tenho mãos pra me agarrar.
Estático, pálido,
Tudo se fragmenta em rancor por sobre mim.
Tudo agoura sob o teto negro.
Mil imagens se entrelaçam na frase que morre.
Fictício e real,
Vivo e putrefato,
Ainda raciocino em meio à grama alta da confusão que me aflige.
O precipício se encontra ali, profunda e indubitavelmente mortal.

Dor contínua

Uma dor contínua e latejante crava-se em minha carne.
O espelho reflete as lágrimas que perdi no tempo.
Dor contínua.
Mil pirâmides brotando do asfalto.
Vermelhas, quentes,flamejantes.
De vez em quando a morte sorri,
Um esboço malfeito de um sorriso rude.
Podre e irônico.
Quase perco os pulsos e nada se ouve
Quase perco os pulsos
Quase.
Mesmo agora sinto frio
Como se fosse um inferno gelado criado por mim
Almas perdidas no âmago sem luz do lado esquerdo da minha alma.
Um medo de carne e osso.
Dor contínua.

Lua apagada

Armei-me para a guerra.
Suavizei os temores,senti menos medo
Nada disso me fez sentir me forte.
O céu caiu em pedaços sobre minha cabeça.
Os diamantes me enterraram sob o peso de sua consciência,
Os diamantes frios.
Mal dormi essa noite
Pesadelos.
Chorei sangue,chorei pedras,chorei signos.
Nesse dia a Lua iluminou mais devagar
Quase apagada.

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