sábado, 31 de julho de 2010

Som


Uma noite de silêncio...
Uma espera delineada por dois dedos de esperança morta.
Escancarei meus sonhos destruindo todos os mil caminhos de volta para casa.
Eu gritei e me ensurdeci, berrando palavras desconexas...
Ainda existe uma cerveja gelada na geladeira?
Murmurei,impaciente, um mantra hipotético (como se fizesse parte de um ritual mágico).
Corri,abri, derramei minha alma goela adentro...surtei por dois segundos, tremi,suspirei e me arrependi de tudo.
Ainda ouço o diálogo incrustrado na retina.
Os segundos eternos de um apodrecer minimalista.
Ainda te amo...ouvi centenas de vezes,uma escala de cinza desaparecendo no espaço e o ruído surdo de um fechar de portas
suicidas.
Queria apenas me debruçar em dúvidas e escorraçar as tristezas, mas há uma serenidade pálida tingindo tudo...sempre.
Mais uma cerveja e os olhos saltando lágrimas das órbitas e teu retrato sussurrando passados e centenas de perdões e nenhuma
obsessão curaria agora a necessidade de me sentir lúcido.
Acabou.
Mais uma noite breve e estanque, mais uma cicatriz jorrando crenças.
(e ainda lembro da vontade quase patológica do teu beijo)
Quanto tempo se passou desde que me tornei um anjo decepado cuspindo medos por todos os poros?
Ainda assim é cedo.
E minha alma,cega, vaga por entre os trens e estações e se perde entre as almas e sonhos, demasiadamente viva e real.

Pessoas que aportaram por aqui: