terça-feira, 6 de abril de 2010

Grito

O grito desata o nó
e permaneço preso.
Teu nome,a presença escandalosa de uma calma fria,
Minhas mãos ao redor da tua alma.
Tudo isso desmistifica o teu olhar.
desmaia o equilíbrio quase eterno da tua voz
e meus ouvidos se calam
estrangulam-se os segredos
e eu prevejo o suicídio sutil
de todos os meus sonhos e a tristeza inequívoca e disforme do último adeus .

Desordem


Vomitei, por todos os poros,anseios
Criei,entre as sombras da memória, demônios
Li mil livros (sem um balbuciar qualquer)apagados
Abandonei os planos,através da noite,mutilados
E, ao invés de signos, criei o caos
ao invés de voz,sussurros
e entre os muros e murros
Silêncios.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

A saudade de um sonho


E ela novamente espantou o Sol com as mãos e devolveu ao tempo aqueles olhares tristonhos e melancólicos de anos atrás...sempre fazia isso quando precisava sorver algum cálice mais amargo de saudade, uma memória desgastada ou um silêncio difícil de digerir...
Fez um psiu agudo quando viu por um segundo ele passar.
_Poderia me olhar e talvez dizer o quanto tem saudade de mim?
_Impossível.
_Por que?
_Porque teus olhos me afastam, teu odor intranquilo de quase ódio.
_Não te odeio,apenas não sei o que me fez pensar certas coisas...
_E agora prefiro caminhar ao largo do teu coração, farejando novos medos, transformando-me em névoa ao primeiro contato.
Ela se aproximou e beijou de leve a boca ensanguentada...
­_Nada me fará te perder,nada...nem o peso maldito do tempo, nem a absurda intranquilidade que me causa estar longe de mim mesma.
Ele chorou friamente e levantou os olhos para o infinito.
Ao menos por um instante o céu estremeceu,e tudo se tornou silencioso e denso...

Pessoas que aportaram por aqui: