sábado, 27 de outubro de 2007

Sonhos Artificiais

Não me censurem por desejar amores e estrelas,
e os enxergar em poças d'água sem fundo.
Não me espanquem com seus olhos,velhos conhecidos...
Masquei dissabores,lembrei de músicas apagadas,
Notas cruas de melodias inaudíveis.
Os vi,de longe,sombras descalças em ruas de pedra.
Os óculos na ponta do nariz,olhos vermelhos de ódio.
Metralhadoras de gritos e silêncios...
Não me provem que a dúvida é real,
Não tenho respostas,não me vejo por inteiro.
Crueldades,cálices de rancor sorvidos de gole em gole,
E um sorriso frio.
Na saudade improvável de mitos e Deuses
Sangrei colorido,
Em meus sonhos artificiais...

Silêncio

Em um sussurro silencioso,
mil asas sobrevoam seu olhar.
E a lágrima se suicida,pífia,por escorrer em tão belo rosto.
Dois dedos de saudade sem retorno(apesar dos avisos).
Sem sequer ter visto ou conhecido
Mais saudade sem fim, mais amor sem começo
E aquele triste soar de relógios,quase melancólicos
Um vento fino por sobre as árvores,e a imensidão dúbia do anoitecer.
Um beijo monótono,um morno abraço de adeus,um cruel fechar de olhos.
E eu ali em pé,morto de cansaço,as mãos rasgadas...
Como foi seu dia?
Silêncio
Nunca houve conversas,nunca houve bom dias...
E naquela porta que vc entrava,eu nunca vi
E naquele toca-discos,só a poeira do tempo a girar...
E naquele filme,só os atores a repetir as mesmas frases sem sentido
Um sentido que fugiu,com os segredos na alma...
De sentir saudade de quem nunca vi...

Pôr do Sol

O silêncio brusco,
Um desalento macabro
E a espera de mil anos condensados num suspiro e numa poesia mal feita
Liguei minha alma numa voltagem errada
e morri por alguns segundos.
Num sussurro inaudível te desejei boa sorte
e vc não teve.
Amarrei minhas lembranças ao pé da cama, e elas fugiram.
Te chamei, agredi meu espírito, pisoteei meus sonhos
e acabei voltando cabisbaixo pra dentro do copo sujo, onde bebi teu nome e vomitei amores.
A solidão se arrasta,mal acompanhada
A maneira quase idiota de querer de volta algo que não é meu
E um resquício de esperança aguarda, na fila, a hora de agonizar.
Sem malabarismos e sem crueldade,vejo por cima dos ombros, um pôr-do-sol.

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