segunda-feira, 6 de março de 2017

Mão ao alvo

Mãos ao alvo.
Guardando algum amarelado papel enferrujado destituído de valor na gaveta de baixo do criado-mudo.
Isso é tudo.
Teu ouvido um pouco desafinado enxerga poucos pontos luminosos energia estática terreno baldio da memória arquivo corrompido.
Abre a geladeira e ouve um estampido toca o último hit verão praia moda jovem e o fogão reacende antigos valores.
Teu único erro foi continuar vivo e eu nunca te dei nenhum conselho que eu quisesse praticar sozinho meus ouvidos doem
a parte mais incrível do dia e ainda é apenas janeiro talvez eu abra o jornal e te veja na primeira página e talvez não seja crime.
Mão ao alvo.
E saio para caminhar olhos pregados no horizonte invisível e a esquizofrenia impraticável do dia a dia me chama de canto e escolhe um caminho bem mais fácil para se ausentar por completo (ainda não vi o jornal de hoje, talvez seja tudo um sonho)
Saí para comprar cigarro e o quarto ficou vazio.
Não tenho saudade desse futuro de tijolos velhos e da pichação quase surreal dependurada no fio do poste  um par de tênis velhos a serenidade de se saber sozinho,ainda está cedo, talvez gaste todo o dinheiro que levo no bolso,talvez quebre alguns silêncios,talvez paire suavemente no alto de um edifício.
Estamos salvos por hoje.

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