quinta-feira, 14 de junho de 2007

Entrevista

Fora do circuito convencional dos cinemas, os curtas-metragens independentes formam uma importante parcela do universo cinematográfico. Através deles se despontam novos talentos, novas idéias e produções dos mais variados níveis. Em uma metrópole como São Paulo não é diferente, profissionais e novatos na área se aventuram em trabalhos cada vez mais chocantes e criativos. Esse é o caso de “Fetish”, o primeiro curta-metragem de Luciano Pires. Previsto para ser lançado em Setembro, promete agradar em cheio aos aficcionados do gênero de terror.

Cinema em Cena: Este é o seu primeiro curta-metragem. Fale um pouco a respeito desse trabalho.
Luciano Pires: É um thriller com muita reverência ao passado a memória televisiva e cinematográfica sob influência suprema de Argento. Trata-se de duas amigas que se encontram num bar e decidem brincar com fetiches e não dá muito certo. Cogitei a idéia do curta através de uma conversa por MSN e pensei em escrever um conto. Escrevi, e como não tenho saco pra formatar um roteiro, enviei pra um amigo roteirizar, tudo sob minha supervisão, é claro. Feito o roteiro, procurei reunir um pessoal e lembrei de duas amigas que tinham vindo num projeto de cineclube que eu estava organizando e o Adílson, um amigo que me ajudou num primeiro projeto há algum tempo. Mas precisaríamos de duas atrizes e um ator e decidi chamar todos amadores. Na verdade, chamei quem tava na lista de amigos do orkut, e a equipe foi montada quase toda pela internet. Faltava locação, precisávamos de um bar e decidimos fazer num brechó que fosse bar também decidimos pelo “Túnel do Tempo” na vila mariana. O banheiro usado foi o da faculdade Anhembi-Morumbi, onde o Diogo estuda.

CeC: O nome é muito interessante e desperta uma curiosidade. Por que “Fetish”?
Pires: Comecei com alguns nomes que descartei por ter spoilers. Fiquei com um último que também entregava o que iria acontecer, então preferi a amplidão e todos os sentidos que essa palavra carrega e fiz um trocadilho com “she” (pronome feminino em inglês).

CeC: Como será a distribuição desse trabalho?
Pires: A princípio não pensei em distribuição. Vamos divulgar, fazer uma festa de lançamento e pensar nisso com calma. Gostaria que fosse distribuído, mas antes temos que editar o filme com calma e traçar um plano, talvez na Galeria do Rock seja uma boa alternativa.

CeC: Quais foram as maiores dificuldades para produzir o curta?
Pires: Negociar locações e tempo pra produzir e gravar. Dinheiro sempre é problema, mas soubemos resolver e gastamos relativamente pouco.

CeC: Quantas pessoas estão envolvidas na produção?
Pires: 12 pessoas diretamente envolvidas, mas tem trilha sonora, design e figurantes.

CeC: Geralmente, aqueles que produzem curtas de terror acabam caindo no estilo "Trash", você consideraria Fetish um curta"trash"?
Pires: Não, definitivamente, quero fugir disso. Gosto dos trabalhos do Petter Baiestorf e tal, mas não é o quis fazer, nem ser cerebral como os europeus. Algo entre as duas coisas.

CeC: Você acha que os curtas são mais bem recebidos pelo público do que anos atrás?
Pires: Acho que não. Hoje em dia é possível assistir curtas pela internet, mas no cinema mesmo está igual como sempre foi.

CeC: Quais serão seus próximos projetos?
Pires: Vou criar um roteiro em breve e participar como ator em algumas coisas, mas nada definido. O roteiro é sobre um grupo de colegas "cinéfilos", que acreditam ter descoberto um segredo em um filme obscuro e começam a sofrer as conseqüências disso (risos), não vou adiantar muita coisa.

Para saber mais novidades sobre o curta-metragem, participe da comunidade “Fetish” no Orkut.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=28780013

Nenhum comentário:

Pessoas que aportaram por aqui: