quinta-feira, 14 de junho de 2007

Grite mais um pouco, depois morra

Choveu fumaça no mar do meu pensamento.
Enevoou, escondeu,transformou tudo em ardentes solidões.
E nos meus sonhos, devaneios, algo estava morto.
O eco ainda é forte e inaudível.
O pó que de mim restou.
Dançante e musical
Meus braços ainda doem um pouco
Meus ouvidos estão afinados.
Grite mais um pouco e depois morra.
Aspire o silêncio e suma de repente.
Tudo me faz lembrar que Deus está morto.
Teu suspiro gira como uma flor do Sol.
Dança, faz-se crer com palavras deitadas em vis sorrisos.
Esse odor quase musculoso me nocauteia.
Meus ouvidos dormem abertos
Ouvem tudo em frações de segundo.
O eco ainda dá giros e giros em torno de minha alma
Claro, transparente,espacial
O eco, o eco, o eco, o eco…
Grite mais um pouco e depois morra.
Tão inaudível, milhões de decibéis desperdiçados.
Bailarino sem pernas e cego
Mutilado e sorridente
Tudo me faz violento, cruel.

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