A cidade desconhece o rio
Que me permeia e envaidece e soterra de medo todo o dia
Teus olhos apenas sorriem, como se não precisassem de desculpa alguma para adoecer e serem felizes.
Os altos prédios
Os dissidentes
Os loucos que dançam na garoa fria,ouvindo uma música transparente.
E a fumaça das horas se perde por entre passado,presente e futuro.
Um dia a mão se moverá sozinha
Um dia teu corpo não mais fará tua vontade
Um dia a estrada se moverá de encontro ao teu destino
Nada é tão simples
Nem tão complexo
Apenas um outro dia, sentado à sombra de eternidades.
Eu espero,talvez menos ansioso
Espero teu beijo
Como quem espera o desespero
Como quem calcula rotas de saída
E adormece sob um rompante lento de angústia
e má determinação.
Lá ao longe, na esquina, dobrando lentamente
Uma nuvem de poeira cinza
flutua morbidamente
Te chamo a atenção
Te grito
Aos poucos recobro os sentidos
Abro os olhos
E te vejo
Nesse momento tuas mãos parecem macias e seguras
Simulo um beijo, quase sem forças.
Você se deita ao meu lado
Recosta-se em meu peito
E ali se ouve toda uma vida condensada em um segundo.
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