Encarcerado, mutilado e sorridente
por entre os pulmões um sopro de ar quente
derrubando trovoadas de sentidos...
e num canto qualquer da alma, a certeza obsoleta
o vôo tácito...
deflagrando multidões de sonhos
embebidos de nada
derramados ao longo da neve seca da alma.
_Em algumas palavras te decifrei...
_Mas eu não sou minhas palavras...
_Tudo é você, para meus olhos...
_ E ainda assim és cego para o que te assemelha...
Não digo apenas que te sigo, desde o dia de amanhã, retornando por entre as saudades, até chegar sôfrego ao dia de hoje, calmo e tranquilo e depositar, com as mãos fechadas, duas moedas gastas no cérebro enfraquecido do Destino...
E ainda lembrei de alguns versos daquele livro amarelado de poesias, li baixinho escondido por detrás da mesa...
Aquilo te irritou tanto...mas outra vez sorri, e te dei um presente frágil, colorido e sangrando...
todas as minhas almas, embaladas num último acorde que soava tão lindo...e quando decidi morrer, meio cansado dos lábios frios das certezas e das saudades, não esqueci de você...e meus olhos olharam pela última vez para o infinito do teu espírito...calmo e lancinante, como um murmúrio de Deus.
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