Teus mistérios
indignados
me projetam
e me protegem
sou um Deus amorfo
e teu papo me aborrece
diversas vezes nem te vi chegar
e tua voz soou como um ruído
teu silêncio
meu ouvido
nada me faz estranhar
teu cérebro investigando atmosferas
nem quero saber do teu sarcasmo
do suave e negativo não-concordar
da tua vista cansada
de quando virou as costas pra tudo
e me fez enxergar em mim a segurança muda
de um pálido adormecer de sonhos.
E eu vi teus segredos
um a um
deitados na margem de um rio de fantasias
soltas, dançantes, fluídas
como fadas morimbundas ao luar...
e dancei freneticamente a dança cega
do medo
do sensato medo de ser feliz.
Luciano Pires
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