terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Palavras


Cada vez que lembro de algum momento que eu fechei a boca
e engoli as palavras no momento que mais precisava me expressar
espanco algo que está às minhas vistas...ao alcance das minhas mãos, e as vezes esse algo sou eu mesmo.
Por que um sopro de razão sempre é bom,mas uma ventania amorfa de racionalidade as vezes desmancha meu penteado de ilusão.
Iludo-me com a probabilidade quase nula de que alguém ou algo se sinta tocado por algo tão frágil como palavras.
mas hoje mexi os lábios quase por mágica e deles saíram multidões de pensamentos e idéias... e foi inevitável me sentir mais perto de algo que nem mesmo sei o nome...mas era algo como uma
explosão suave e enlevada,um fluxo de sabe Deus lá o que me enxertando pueris ideais no mais íntimo do meu ser.
Ouvi de repente um cala a boca baixinho por cima do meu ombro...uma voz meio de grilo falante hipocondríaco e pigarrento que dizia que eu devia prestar mais atenção no que dizia...
Tudo são palavras...
Tudo é menos real e mais belo com palavras....tão fixas...tão fluidas e oníricas e frágeis e abandonadas...tão esvoaçantes e esfumaçadas...
Mas eu desmistifiquei tudo quando mexi freneticamente os lábios semi-sedados,mostrei as mordidas do destino sangrando, te devolvi o medo que você me emprestou
e me despedi.
Cada vez que ouço aquela palavra algo morre em mim.

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