terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dualidades


Aquela semana eu meio que sabia que algo mudaria meu jeito de enxergar as coisas.
Um óculos de uma cor diferente, talvez
comprado numa megastore,meio paraguaio e sem proteção para raios ultravioleta.
Você gritou no meu ouvido:
_ Seja você, seja isso ou aquilo, seja mais, seja menos, seja algo.
Muitas vezes detono a serenidade dos meus dias com um pretexto meio bobo...
Verei mais um filme de madrugada, um com vampiras lésbicas, de preferência...
Eu não me engano, não minto pra mim mesmo, por mais que eu seja fácil de enganar...um menear de cabeça meio duvidoso
um piscar de olhos e eu acredito.
Acredito nas tuas meias-verdades, nas tuas incertezas sinceras, no teu jeito quase inumano de acreditar nas coisas...
mas eu sei que tudo é uma infinidade de cores rasgadas e jogadas no ventilador...um arco-íris meio despedaçado...
Tudo isso me faz pensar outra vez naqueles olhos, naquela expressão sonolenta do tempo escasso, do tempo perdido e sem volta
e mais do que tudo,admito a certeza
a certeza mutiladora
a certeza distante e entorpecedora de que nada é frágil quando se tem um dedo em riste.
Ponho-o no teu rosto, e te indago quase sorrindo:
Qual a razão disso tudo?
qual a beleza disso ter se transformado dessa forma?
qual a piada mais engraçada que Deus já contou?
Aquela semana eu imaginei tudo, menos te ver ali deitada embaixo do céu, vestida de mim.

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