Tapei a boca do tempo pra ele não gritar
um descuido e o silêncio explode
em gotas eternas e melodias sangrentas.
Hoje teus lábios desenham frases sagradas
e eu mantenho os olhos sobre tua alma
vigiando cada segundo, cada metro, cada degrau
não sou um mártir
não tenho desejos
apenas o máu-hálito do tempo em frente ao meu rosto
murmurando previsões malditas
mastigando verbos decaídos e derramando
saliva, suór e a febre de um dia normal.
tuas mãos, raízes
óbitos,velas, e um segredo perturbador fugindo pelas frestas, se arrastando pelas sombras.
mais um sonho percorrendo minhas veias
mais um veneno injetado na retina
e milhões de minúsculos Sóis me queimando a pele
Soprei o último sentido
Adormeci, velando meu próprio corpo
imensamente entregue a tudo que não era eu.
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