quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Memória

Aquele sopro de saudade inconsistente...
um alvorescer óbvio.
E seu rosto desbotou ,numa memória fajuta...
Ouvi pela segunda vez a voz cega do meu vício
e nesse instante me pareceu menos única aquela frase que sussurrei.
Me beije em pensamento.
Me olhe, me toque.
Um espelho de costas, refeletindo o abismo.
te dei a mão,te dei asas.
te dei um arco-íris preto e branco.
te dei milagres.
Aquele breve esvoaçar de imagens...
seus olhos fechados,seu gosto...
e apenas um eco infinitamente sobreposto.
dei de comer a mil monstros
sobrevivi.
E ainda hoje vejo a minúscula linha que equilibra a Lua
linda e pálida, sobre nossas cabeças.
Luciano Pires

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