domingo, 29 de julho de 2007

Mergulhos da Alma

Um dedo toca-lhe a pele
Aperta temerosamente
Ele exprime um vício de linguagem qualquer
de dentro do prato sujo da alma.
_ Não cuspa_ repete-lhe a mulher
Ele engole inexpressivamente aquela migalha de sonho
Acalme-se...
Os olhos,lindos espelhos quebrados...
Estilhaçados.
Vomita as visões que lhe imbuíram
Maltrata a coragem de quem lhe enviou
E as asas à mostra comprovam isso.
O segredo, o sussurro,a revelação...
O medo sopra-lhe o rosto
Enruga-se,grita solenemente mil insultos.
As lentas chicotadas lhe castigam o dorso
As letras desviam-se da poesia
E cai sobre sua cabeça o desalento
A suavidade mórbida de se sentir sóbrio
em meio ao turbilhão de intensos mergulhos à deriva da alma.

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