terça-feira, 17 de maio de 2016

Ainda nem é meia-noite

Aí está uma parede fina,quase invisível
presa na retina,imperceptível
Podemos até parar de olhar
esconder o rosto
fazer de conta que é lá do outro lado
de um outro universo
que nem sei o nome
mas está ali tão perto, tão gritando na cara
que se a arma dispara
arrebenta o rosto
que reflete o que está tão suspenso
aparentemente se alastrando
derramando seus tentáculos
coloridos
ao redor do teu pescoço.
E a música afina,o ritmo se acaba
o som retorna
pra dentro de casa
e reverbera até de noite
lá dentro do quarto
debaixo da cama
dentro da gaveta
voando pela janela
e você grita: Espera.
Vou dançando de encontro
meio desengonçado
com as mãos pro alto
segurando a alma
como um garçom bêbado
E ainda nem é meia-noite.

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