domingo, 8 de setembro de 2013

Disse o Mário

Disse o Mário.

Mário mal andava,mal comia,maltratava.
Mal lia,mal pensava,mal sonhava.
Embora estivesse,não estava.
Olhava,ouvia,não acreditava.
Esquecia o que aprendia,passava pela porta,não fechava.
Mário explodia,encontrava cinzas,aspirava.
Um dia Mário cobriu o rosto, no canto da sala.
Gritou sem voz.
Mordeu os lábios.
Suou frio.
Entendeu o recado.
Subiu no banco.
Colocou a corda.
Matou-se.
Mário e sua alma.
De mãos dadas.
Quem sabia,não contava.
Quem via, se calava.
E,passados mil anos,ninguém mais perguntava:
Disse o Mário:
Não sou nada.

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