sábado, 15 de dezembro de 2012

Chuva


E quando a chuva espia entre as frestas
do teu olho
é que escolho
flutuar.
A poesia evapora.Sem tempo, sem hora.
Sem em quem confiar.
Aprendi teus discos
molhei de leve teus lábios
Li teu sorriso,quando a música acariciava teu rosto.
Sabe quando,igual Tom Cruise em Missão Impossível,
o mundo se equilibra por um segundo?
E te olho e não há tempo?
Apenas um infinito, daqueles enormes.
Derretendo saudades
Mistificando.
Dedilho as memórias
me afasto.
Tuas fotos,antes em um álbum
São pele-pixel,64 kb em um hd perdido.
E fica tudo deserto,sem sentido.
Quando a chuva espia
sou morto-vivo em um celeiro.
Me alimentando de memórias.
Quase todas inventadas
E menos transparente,em gotas ácidas
desfiz o pesadelo sutil.
Derramo gestos
Desfaço palavras
Mendigando murmúrios
Sussurros e valsas tristes
Um salto profundo
No abismo de um
Espelho.

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